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domingo, 27 de março de 2011

RELATÓRIO DA CPI DA CORRUPÇÃO PROPÕE PISO NACIONAL À POLÍCIA E MELHORIAS NOS PRESÍDIOS

                               

Aumentar a fiscalização na área de fronteira, melhorar as condições dos presídios e estabelecer um piso salarial para policiais. Essas são as três medidas fundamentais para combater a criminalidade e o tráfico de drogas e de armas, especialmente no Rio de Janeiro. A opinião é do relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Violência Urbana, deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

No relatório final da CPI, que será apresentado até o fim do mês, Pimenta sugere uma política unificada para o controle das fronteiras. "Até o final dos anos 90, boa parte das drogas e das armas entrava por meio de pequenas aeronaves. Com a lei do abate, essa rota passou a ser basicamente terrestre. E a porta principal é o Paraguai", disse Pimenta. "Além do controle das polícias federal, rodoviária federal, Exército, Marinha e Aeronáutica, é preciso que a Receita Federal também seja atuante nesse processo, com a fiscalização e intensificação de barreiras alfandegárias", acrescentou.

Outra medida que estará no relatório final da CPI e que servirá de ajuda ao Rio de Janeiro é a mudança de padrão nos presídios. Pimenta sugere a construção de cadeias específicas para presos de primeira condenação, entre 19 e 24 anos. Além do investimento em educação para presidiários.

Para o deputado, o combate ao crime organizado também deve incluir o combate às milícias no Rio de Janeiro. A solução seria a definição de um piso nacional para policiais civis e militares, a exemplo do que já ocorre com as polícias Federal e Rodoviária Federal. "Não se consegue mudar a cultura e a realidade de uma instituição complexa como é a policia sem pagar bons salários porque, se não, o policial vai ter uma atividade paralela. O baixo salário e o bico abrem as portas para a ilegalidade, para a milícia e para corrupção", analisou.

No relatório, Paulo Pimenta também vai sugerir a criação de um grupo de altos estudos, formado pelas Forças Armadas, Polícia Federal, Rodoviária Federal e o Executivo, para a definição de uma pauta imediata de ações legislativas de combate à criminalidade. Fonte: Folha.com

"Evite falar com estranhos",

                               
Parece conselho da vovó, mas, segundo os autores de "Violência Urbana", não falar com estranhos e evitar andar sozinho em lugares desertos ainda são maneiras eficientes para não se tornar vítima de criminosos.

Parte da coleção "Folha Explica", o livro apresenta o contexto em que os problemas sociais desta natureza surgem e como são mantidos, incluindo a responsabilidade histórica de uma longa tradição de práticas de autoritarismo.

O texto foi escrito por Paulo Sérgio Pinheiro, cientista político que ocupou a posição de especialista independente para violência contra a criança da ONU (2003-2008), e por Guilherme Assis de Almeida, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência, da USP.

No volume, os especialistas examinam o conceito de violência, as características das mazelas brasileiras e as perspectivas para a sua superação, mostrando as principais estratégias e vítimas.

Com bibliografia básica e indicações de sites, o leitor poderá refletir e se aprofundar nas questões apresentadas, ponto importante para o fortalecimento da cidadania. Leia um trecho.

Atenção:
o texto reproduzido abaixo mantém a ortografia original do livro e não está atualizado de acordo com as regras do Novo Acordo Ortográfico. Conheça o livro "Escrevendo pela Nova Ortografia".

De dia, ande na rua com cuidado, olhos bem abertos. Evite falar com estranhos. À noite, não saia para caminhar, principalmente se estiver sozinho e seu bairro for deserto. Quando estacionar, tranque bem as portas do carro e não se esqueça de levar o som consigo. De madrugada, não pare em sinal vermelho. Se for assaltado, não reaja --entregue tudo.

É provável que você já esteja exausto de ler e ouvir várias dessas recomendações. Faz tempo que a idéia de integrar uma comunidade e sentir-se confiante e seguro por ser parte de um coletivo deixou de ser um sentimento comum aos habitantes das grandes cidades brasileiras. As noções de segurança e de vida comunitária foram substituídas pelo sentimento de insegurança e pelo isolamento que o medo impõe. O outro deixa de ser visto como parceiro ou parceira em potencial; o desconhecido é encarado como ameaça. O sentimento de insegurança transforma e desfigura a vida em nossas cidades. De lugares de encontro, troca, comunidade, participação coletiva, as moradias e os espaços públicos transformam-se em palco do horror, do pânico e do medo.

A violência urbana subverte e desvirtua a função das cidades, drena recursos públicos já escassos, ceifa vidas --especialmente as dos jovens e dos mais pobres--, dilacera famílias, modificando nossas existências dramaticamente para pior. De potenciais cidadãos, passamos a ser consumidores do medo. O que fazer diante desse quadro de insegurança e pânico, denunciado diariamente pelos jornais e alardeado pela mídia eletrônica? Qual tarefa impõe-se aos cidadãos, na democracia e no Estado de direito?

Hoje, a violência urbana não é uma preocupação exclusivamente brasileira, mas sim um tema que ocupa a vida pública de diversas outras sociedades, tanto nos países pobres como nos desenvolvidos. Na última eleição presidencial da França, em 2002, por exemplo, o tema contribuiu para levar ao segundo turno o candidato de extrema direita Jean-Marie Le Pen --afinal derrotado por Jacques Chirac, graças à mobilização de todas as forças democráticas.

Nas páginas a seguir, não pretendemos oferecer respostas fáceis, nem imediatistas, pela simples razão de que não existem soluções mágicas, após décadas de atitudes negligentes e ineficazes da parte das autoridades públicas brasileiras, sobretudo no âmbito dos estados e das grandes cidades. Tal quadro possibilitou ao crime organizado impor seu terror, instalando-se nas comunidades populares e transformando-as em enclaves do não-estado de direito, muitas vezes graças à omissão ou até conivência das autoridades, tanto na ditadura como na democracia. O que fazemos aqui é mostrar a situação atual desse tema imprescindível e complexo, com referência especial ao Brasil.

Investigação apura elo entre morte de policial em Campinas e esquema de fraudes

                              
A Corregedoria da Polícia Civil de Campinas (93 km de SP) investiga se há relação entre a morte de um agente da polícia federal da cidade, no domingo passado, e as investigações sobre um esquema de fraudes em contratos de licitações apurado pelo Ministério Público do Estado de SP.

O agente da Polícia Federal de Campinas Richard Fragnani de Moraes, 40, foi encontrado morto com um tiro na cabeça. O boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil como suicídio.

Ele era investigado como suspeito do vazamento de informações sobre as fraudes e também de envolvimento no furto de um computador de dentro do Ministério Público, em setembro.

O computador furtado continha informações sigilosas sobre as fraudes em licitações públicas.

O próprio policial havia auxiliado os promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), núcleo de Campinas, e a Corregedoria da Polícia Civil nas investigações sobre as fraudes em licitações públicas denunciadas em setembro passado.

O agente foi encontrado morto com um tiro na cabeça e estava com sua arma. Um laudo pericial da arma ainda não foi concluído. Ele trabalhava na Polícia Federal de Campinas havia pelo dez anos, era separado e morava sozinho.

O agente foi encontrado caído fora de seu veículo em uma estrada de terra do bairro Santa Genebra, na periferia de Campinas.

O delegado corregedor da Polícia Civil de Campinas, Roveraldo Battaglini, disse que todas as informações colhidas pela perícia no local da morte indicam "possível situação de suicídio", mas a hipótese de homicídio não está descartada. A Polícia Federal informou que acompanha as investigações.

Peritos do Instituto de Criminalística já recolheram pendrives e computadores da casa do policial. A corregedoria também tenta reconstituir um bilhete em papel deixado por ele, mas que estava picado.

Dois dias antes de ser encontrado morto, o agente havia prestado depoimento à Corregedoria da Polícia Civil no inquérito que apura o roubo do computador do Ministério Público.

EXTORSÕES

Em outra linha de investigação, a Corregedoria e o Gaeco investigam também a prática de extorsão contra prefeituras que aparecem como suspeitas de envolvimento nas fraudes em licitações.

A suposta organização criminosa investigada por fraudes pelo Gaeco e Corregedoria da Polícia Civil agia em três Estados (São Paulo, Minas Gerais e Tocantins) e em pelo menos onze cidades do interior de São Paulo.

Oito pessoas suspeitas foram presas em setembro, mas hoje todas respondem em liberdade. A suposta organização já fraudou pelo menos R$ 615 milhões, segundo as investigações.

Seis empresas, em nomes de laranjas, venciam licitações em diversos órgãos públicos e autarquias, segundo os promotores.

O governador do Tocantins, Carlos Gaguim (PMDB), aparece nas escutas telefônicas, conversando com integrantes da suposta organização. Ele negou envolvimento com o esquema de fraudes.

SANASA

As investigações de fraudes em licitações, segundo os promotores, começaram pela Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A) --empresa de economia mista, cujo acionista majoritário é a Prefeitura de Campinas.

Os contratos da Sanasa são investigados também pela CPI das Licitações, da Câmara Municipal, e somam cerca de R$ 140 milhões nas áreas de vigilância, segurança e de leitura e corte de água. Também são apurados aditamentos feitos nos contratos.

A Sanasa e a prefeitura apresentaram auditorias internas e negaram irregularidades nos contratos.

Também foram flagradas nas escutas telefônicas conversas entre membros da suposta organização e funcionários e secretários das cidades de Indaiatuba (SP) e Hortolândia (SP), ambas na região de Campinas. Fonte: Folha.com

sexta-feira, 25 de março de 2011

O galhofeiro


Às vésperas de completar 70 anos de idade, Roberto Requião resolveu ter uns minutos de autoentusiasmo. Eis a frase redigida pelo septuagenário no twitter: “O Senado me empolga, mas se for pela minha Curitiba e para resgatar o nosso PMDB, convocado, disputo a prefeitura.” Parece piada de circo; uma palhaçada - com o devido respeito aos palhaços. O senador em fim de carreira é ciente de que não possui qualquer condição eleitoral de chegar à vitória na capital, a começar pelo vexame que foi o resultado das últimas eleições. No embate à Câmara Alta no ano passado, o ex-inquilino do Canguiri terminou em 4.º lugar, perdendo inclusive para Ricardo Barros (PP), que era um ilustre desconhecido em Curitiba. Outra: seu candidato a prefeito em 2008, o ex-reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carlos Augusto Moreira Jr, conquistou ridículo 1,9% do eleitorado. Esse é o prestígio de Requião. É bom que ele volte à liça para receber a pá de cal definitiva de sua vida pública. Para ex-governadores idosos, o Senado é considerado o fim da linha.
Falto de seriedade
O eleitor curitibano, esclarecido como é, jamais voltaria a eleger a um incompetente comprovado como o Mello e Silva. Por conta disso, o anúncio de sua “pré-candidatura”, de tão improvável, não ocasionou nem um susto no mundo político. Ninguém mais o leva a sério.
Carência

O PMDB no Paraná, em Curitiba em particular, hoje é carente de líderes. Requião e seu Sancho Pança, Doático Santos, já não tem mais estofo para posições de destaque. Isso tanto é verdade que está em curso um movimento peemedebista para “importar” Gustavo Fruet (PSDB) à legenda. O ex-deputado é a tábua de salvação. Sem ele, o “velho MDB de guerra” passa a ser um partido nanico.
Obstáculos

Independentemente das considerações aqui feitas, é preciso que se relembre que Requião e seus irmãos, até outubro de 2012, terão que responder inúmeros inquéritos policiais e ações judiciais pelos seus maus comportamentos na movimentação do dinheiro público. O escândalo do Porto de Paranaguá, os dólares no armário, a tentativa de compra da draga, as TVs laranjas e o roubo dos móveis em Brasília terão um desfecho até o pleito, ainda que não em última instância, mas certamente com caráter condenatório contra a família.
Sobra de tempo
Só o ócio é capaz de produzir ideias tão desconexadas da realidade como essa de Requião concorrer a prefeito. A verdade incontestável é que o Roberto é carta fora do baralho.

Última

Outro assunto que merece registro é a indiferença da presidência da República com as pretensões de Orlando Pessuti em assumir uma vaga federal. Até agora, sequer houve uma convocação de assembleia para o Banco do Brasil, o que reduz as perspectivas de preenchimento de cargos de diretoria. Ontem, outro exemplo: por razões de suspeita de ilegalidades, o presidente da Conab, um órgão ligado à Agricultura, foi demitido e, imediatamente, o substituto foi nomeado. Pessutão não foi lembrado. Tá feia a coisa.
Fonte: Paraná Online

Chefe do sistema prisional dorme no presídio em que está Beira-Mar

Diretor do Depen conferiu condições de infra-estrutura e empossou diretor
MP alega falta de segurança e defende transferência de traficante
O diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), o promotor paulista Augusto Rossini, passou um dia inteiro e dormiu dentro da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde está detido o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. O objetivo da visita, realizada no último dia 17 e  confirmada pelo Ministério da Justiça ao G1, foi verificar as condições de segurança e de infra-estrutura da unidade, que estão sendo criticadas pelo Ministério Público e pela Justiça Federal do Estado.
 
Fernandinho Beira-Mar está em Mossoró desde o início de fevereiro.
(Foto: Reprodução/TV Globo
)
Rossini queria conhecer pessoalmente as instalações e se reunir com servidores que trabalham junto a Beira-Mar e outros 5 presos por tráfico.
Beira-Mar foi transferido da Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, para Mossoró no dia 6 de fevereiro, como parte do sistema de rodízio a que é submetido.
O Ministério da Justiça não informou se o diretor do Depen dormiu em uma cela ou no alojamento dos funcionários. Segundo o órgão, Rossini aproveitou a visita para dar posse ao novo diretor do presídio, Arcelino Damasceno. A unidade de Mossoró tem capacidade para 208 presos, mas abriga 44.
No último dia 11 de fevereiro, o juiz da 2ª vara Federal do Rio Grande do Norte, Mário Jambo, enviou ao Depen uma decisão sobre a permanência ou não de Beira-Mar na cidade, após a Procuradoria-Geral da República pedir a transferência do traficante. O teor da decisão não foi divulgado.
Quatro procuradores do Rio Grande do Norte assinaram o pedido de transferência, entre eles Clarisier Azevedo, que alega que “não há condições estruturais para manter Beira-Mar aqui”.  “Colegas do Ministério Público fizeram uma visita ao presídio e encontraram rachaduras, infiltrações, goteiras, e outros problemas. O sistema de água potável é precário, a água é emprestada de um presídio estadual. Não há segurança suficiente para manter criminosos de alta periculosidade aqui”, disse Clarisier ao G1.
Segundo a procuradora, o juiz Jambo já havia proibido, reiteradas vezes, a entrada de novos detentos na penitenciária federal de Mossoró. A autorização judicial para a transferência de Beira-Mar foi dada por um juiz substituto.
O Ministério da Justiça diz que “o Depen nega as acusações de falta de condições para receber novos presos e que fará novas solicitações de transferências para lá, se for preciso”. Segundo a assessoria de imprensa do ministério, “não há goteiras e todos os presos estão em condições adequadas”. Fonte: G1

Requião nomeia dois ex-secretários no Senado

Luiz Fernando Delazari: ex-secretário de Segurança,
agora assessor técnico de Requião no Senado
Roberto Requião (PMDB) nomeou dois ex-secretários de sua gestão no governo do estado (2003-2010) para trabalharem em seu gabinete no Senado.
Luiz Fernando Delazari (Segurança Pública) e José Benedito Pires Trindade (Comunicação Social) estão registrados desde o dia 7 de fevereiro como assessores técnicos. Ambos têm regime especial de frequência, ou seja, trabalham com carga horária flexível.
Na lista há também Danielle de Mello e Silva, que é prima de segundo grau de Requião. Ela está registrada como assistente parlamentar. A súmula antinepotismo editada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) proíbe a contratação de parentes até terceiro grau - e não atinge a nomeação.
Ao todo, há 12 funcionários comissionados no gabinete de Requião. No de Alvaro Dias (PSDB) há 22 e no de Gleisi Hoffmann (PT), 7.

Requião e suas baboseiras


Roberto Requião não esconde de ninguém que está com os cascos afiados para atacar aqueles que considera seus adversários. Da tribuna do Senado, pretende machucar os desafetos, ainda que precise usar da mentira para sustentar as suas ofensas. Como é do estilo requianista, os alvos preferidos serão seus ex-amigos e aliados, a começar pelo ministro das Comunicações Paulo Bernardo (PT), a quem o senador dedica um ódio especial. O Mello e Silva vai repisar a velha tese de que recebeu uma proposta de negociata de Bernardo, onde haveria um superfaturamento de R$ 400 milhões em obras ferroviárias no Paraná. Nada de novo. No tempo da finada “escolinha”, Requião falou e montou dossiês, mas não provou nada, revelando-se um leviano irresponsável. Na campanha ao Senado, com o fingimento que caracteriza sua personalidade, esqueceu das desavenças, abraçou Gleisi Hoffmann e foi junto com o ministro para o palanque de Dilma Rousseff. Agora, com a Polícia Federal no seu encalço, vira novamente a metralhadora para Paulo Bernardo. As ameaças do Roberto, ao contrário do que parece, não têm caráter moralizador e apenas visam a um esfriamento nas investigações do escândalo no Porto de Paranaguá. Supõe o ultrapassado senador que pode existir um controle político da PF ou do Ministério Público Federal. A chantagem montada pelo requianismo evidentemente não vingará. Os brasileiros já o conhecem e sabem que ele não passa de um farsante.
Segundo alvo
Requião sabidamente não tolera Orlando Pessuti, que em breve passará a ser alvo de suas maldades no Congresso Nacional. Durante todo o período em que ambos estavam no comando do executivo estadual, o Roberto não perdia a oportunidade de ridicularizar o seu companheiro. Quando renunciou ao cargo para concorrer ao Senado, o ex-inquilino do Canguiri esperava a submissão de seu sucessor. Deixou o posto na suposição de que Pessutão executaria todas as suas determinações e comportaria-se como um bobo, mantendo todo o seu secretariado. Não foi o que aconteceu: Pessuti corcoveou, libertou-se das amarras e derrubou as cangalhas. Foi o suficiente para que passasse ao rol dos “malfeitores”.
A “culpa”
Pessuti não será perdoado jamais por sua independência e sempre terá que evitar as flechadas que virão da tribuna do Senado.
Bem feito!
Requião é um ingrato, mas seu sucessor poderia tê-lo derrotado na eleição à Câmara Alta da República. Bastava que Pessutão tivesse pedido aos grotões (acostumados a votar com o governo) que apoiassem Gleisi e Gustavo Fruet (PSDB). Como deu oxigênio para o moribundo político, agora que aguente as consequências.
No vazio
Desmoralizado como está, as palavras do senador paranaense flutuarão ao sabor dos ventos e desaparecerão sem impressionar ninguém. Requião, por ser um desacreditado, integrará o baixo clero do Senado Federal. Fonte: Paraná-online

Fraude teria como maior beneficiado irmão de Requião


Conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal mostram que Eduardo Requião receberia US$ 2,5 milhões em caso de aprovação de licitação

Eduardo Requião, ex-superintendente do Porto de Paranaguá e irmão do ex-governador Roberto Requião, seria o maior beneficiado pelo esquema de cobrança de propina para a licitação de compra de uma draga no valor de R$ 46 milhões pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). Além dele, o suplente de Requião, Luiz Mussi, e o ex-reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e ex-secretário de Saúde, Carlos Augusto Moreira Júnior, também receberiam parte do dinheiro.
De acordo com o Portal Terra, a confirmação foi da Polícia Federal. Nos documentos referentes à Operação Dallas, constam gravações telefônicas e e-mails que indicam isso. Com base nos documentos, o Terra  apurou que em conversa telefônicas, o ex-superintendente preso, Daniel Lúcio de Oliveira de Souza, fala que Eduardo Requião receberia US$ 2,5 milhões (R$ 4,2 milhões) em propina caso a compra fosse concretizada. Outros US$ 2,5 milhões seriam divididos entre Souza, Mussi e Moreira. Souza permanece preso no Rio de Janeiro sob alegação de que poderia prejudicar as investigações caso fosse solto.
Na semana passada, a Polícia Federal deflagrou a Operação Dallas, para investiga o desvio de cargas de grãos no porto de Paranaguá. Foi constatado também fraude nas licitações para a compra de uma draga chinesa e irregularidade na contratação das empresas que fariam estudos ambientais e limpeza do porto. Fonte: www.bonde.com.br

O imperador das falcatruas


O homem de confiança de Orlando Pessuti no Porto de Paranaguá, João Batista Lopes dos Santos, o João Feio, falou à imprensa sobre os escândalos que atingem a Appa. Sua declaração é didática e incriminadora no que toca a Eduardo Requião. Em entrevista ao Jornal da Massa, do SBT, Feio sustentou a tese de que o irmão do Mello e Silva teria participação direta no esquema delituoso montado dentro do terminal: “O doutor Eduardo Requião era o imperador do Porto de Paranaguá. Quem mandava era ele. Ele sabia de tudo”, disparou. Já sobre o chefe Roberto, o ex-funcionário do Porto optou pela ironia: “Ah, eu não posso dizer isso, se ele sabia ou se não sabia. Eu acho até que o Requião... não vou dizer que sabia, que não sabia porque não dá”. Dá sim, João. O ex-inquilino do Canguiri não somente tinha conhecimento do que ocorria no local como era quem regia a orquestra. Era ele o maestro. Não custa frisar que foi Requião quem nomeou Eduardo ao posto de superintendente e, mais tarde, substituiu-o por alguém de sua confiança, Daniel Lúcio de Oliveira de Souza, que está preso. Por essa razão, é impossível que o governador não soubesse dos desvios de cargas, da construção de um túnel para acobertar a corrupção e da “facilitação” para a compra da draga. O verdadeiro imperador não é o Eduardo; é o Roberto.
Falou também
A reportagem do SBT também ouviu o ex-governador Orlando Pessuti, que negou ter se beneficiado com dinheiro do esquema: “Eu quero dizer que não recebi um centavo sequer. A minha candidatura que era para acontecer e, e que seria uma boa candidatura, acabou não acontecendo. Portanto, não tive financiamento nenhum e nada recebi e sobre isso nunca conversei nem com o árabe lá de Foz de Iguaçu, que não me ocorre o nome aqui agora, nem com o Daniel”.
Draga
Sobre o “maravilhoso navio chinês”, Pessutão garantiu que nada teve a ver com o negócio: “Eu nunca participei de uma reunião sequer, nunca fui chamado pra qualquer tipo de conversação que levasse ao assunto compra da draga pelo porto de Paranaguá”.
Bonzinho?
Apesar de ser alvo diário de ataques impiedosos por parte do antecessor, Pessuti não reage com firmeza. Ontem na reportagem, quando perguntado sobre a possível omissão ou conivência de Requião com o que ocorreu no Porto de Paranaguá, ele foi tolerante: “Muitas vezes você não sabe aquilo que o seu irmão está fazendo. E muitas vezes, você sabe. Eu não quero aqui fazer qualquer afirmação de que o Requião sabia ou não sabia. Se sabia e não tomou providências, certamente que responderá por isso”. É estranha a linha do Orlando. Para se dizer o mínimo.
Última
A coluna pode até perder o amigo, mas não abre mão da piada: quem assistiu ao Jornal da Massa de ontem entendeu com perfeição as razões do apelido de João Feio. É duro... Fonte: parana-online 

Al Capone paranaense


Roberto Requião complica-se cada vez mais com os escândalos apurados pela Polícia Federal. Agora, é o seu próprio gabinete que aparece como participante dos crimes no Porto de Paranaguá. Escutas telefônicas divulgadas pelo jornal Gazeta do Povo citam o seu ex-chefe de gabinete, Carlos Augusto Moreira Júnior, na maracutaia da compra da draga. O nome de Moreira soma-se ao de Luis Mussi, que é apontado como o contato dentro do governo do Paraná para o negócio, e ao de Eduardo Requião, tido como o principal beneficiário do esquema de corrupção. De acordo com as investigações, de uma propina de US$ 5 milhões, a metade seria destinada ao irmão do Roberto. Também descobriu-se que a quadrilha enviaria dólares para contas nos Estados Unidos, cujo titular era o próprio Eduardo Requião. O intermediador para a prática dos delitos seria Alex Hammoud, dono do grupo Unisoft do Paraguai. Entre as gravações colhidas pela Polícia Federal com autorização da Justiça, há um trecho onde Hammoud conversa com Daniel Lúcio de Oliveira de Souza, ex-superintendente da Appa, nomeado por Roberto Requião. Diz Daniel: “Eu tenho nformações que ele (Eduardo)... porque ele não precisa mais de dinheiro, ele quer mais dinheiro, mas ele tem muito”. Em outro momento do diálogo, Alex conta a Daniel: “Uma vez ele (Eduardo) me entregou uma soma grande de dinheiro e me disse: Alex, guarda pra mim. Guardei um tempo, Alex devolve. Devolvi”. O pior de tudo, porém, está a referência de Alex ao ex-governador: “Em algum momento eu vou falar com o próprio chefe (Requião). Eu convivi com ele pra Dubai, inclusive ele se interessou (sobre o assunto). Vou falar: olha isso que o... é uma pena ter um irmão assim mesmo”. De tudo isso, conclui-se: o comandante-mor da operação foi Roberto Requião.
“Quinhentão”
Sobram indícios da falcatrua com o DNA requianista. A transcrição é textual de um email enviado por Hammoud a Daniel: “Ajudei a tirar remessa de Ctba (Curitiba) para PY (Paraguai). (Eduardo) Me deu dinheiro p remessa (+ que 500) e quando fui enviar, amigos banqueiros de trinta anos me disseram que a conta estava vigiada pela interpol e não me aconselharam arriscar meu nome como remetente”.
Direto
E segue a mensagem: “Mas estava fazendo (a remessa do dinheiro) c prazer p servir quem achava que merecia. (Eduardo) Vai cair sozinho nas mãos da lei e deixar o irmão dele com muita vergonha”. Claro que Alex não imaginava que Requião não apenas sabia de tudo como era o mandatário do negócio.
Definitivo
A resposta de Daniel a Hammoud é igualmente incriminadora para a família Mello e Silva: “Há mais de um mês ele (Eduardo) me disse que não confiava em você (Hammoud), pois teve problemas com uma remessa para conta dele (Eduardo) nos EUA de US$ 500 mil”. E veio a resposta: “Tenho número da conta e endereço do banco do crocodilo (Eduardo) no exterior e sei onde guarda os U$ dele no RJ e em Ctba. Vou cuspir na cara deste safado depois de colocar ele na cadeia”. Precisa dizer mais?
Doméstica
Na conversa eletrônica, ainda houve referência à guarda de dólares no armário no apartamento do Eduardo, conforme declara o ex-superintendente do Porto: “A empregada roubou R$ 2 milhões do guarda-roupa dele ano passado, ainda sobrou muito... É o que corre de fofocas por aí. Na polícia ele declarou que ela roubou US$ 180 mil”. A gangue do Requião dá de dez a zero nos Al Capone da vida. Fonte: parana-online